Álcool pode estar associado à recuperação de peso após cirurgia bariátrica, dizem estudos

Uma paciente de 50 anos com história de obesidade grau 3, doença do refluxo gastroesofágico, pré-diabetes, esteatose hepática associada à disfunção metabólica, asma e transtorno depressivo retorna ao ambulatório de controle ponderal com uma recuperação do peso perdido quatro anos após uma cirurgia de desvio gástrico em Y de Roux.

O peso inicial da paciente era de 176,8 kg (índice de massa corporal [IMC] de 65 kg/m2), e o menor peso atingido após a cirurgia foi de 83,2 kg (IMC de 30,5 kg/m2), o que representa uma perda de peso total de 53%. Nos primeiros dois anos após a cirurgia, ela passou por diversas situações estressantes e recebeu uma prescrição de venlafaxina devido a um quadro de transtorno depressivo leve. Nesse intervalo, a paciente recuperou 11,4 kg. Nos dois anos seguintes, ela ganhou mais 9,1 kg, totalizando um aumento de 20,5 kg em comparação com o menor peso pós-cirurgia.

A paciente relatou um aumento do consumo noturno de bebidas alcoólicas, como vodca, vinho e cerveja, e ingeriu mais de 20 doses por semana nos últimos dois anos. Os exames laboratoriais mostraram glicemia de jejum elevada (106 mg/d; anteriormente 98 mg/dL), aumento da gamaglutamiltransferase (GGT) e anemia por deficiência de ferro. Além disso, admitiu não tomar regularmente as doses de minerais e vitaminas prescritas após a cirurgia bariátrica.

Pergunte aos pacientes sobre o consumo de bebidas alcoólicas – É importante perguntar aos pacientes com recuperação significativa de peso após a cirurgia metabólica e bariátrica sobre a ingestão de bebidas alcoólicas, pois os indivíduos submetidos a esse procedimento têm um risco maior de apresentar transtorno por uso de álcool.

American Society for Metabolic and Bariatric Surgery recomenda o rastreamento do consumo de bebidas alcoólicas antes e após a cirurgia metabólica/bariátrica. O sub-relato da ingestão de bebidas alcoólicas é comum, no entanto, o aumento da GGT e de outras enzimas hepáticas pode sinalizar o uso de álcool. Além disso, transtorno depressivo e de ansiedade exacerbados por estressores diários frequentemente acompanham a ingestão excessiva de álcool.

Alguns medicamentos antiobesidade que regulam o apetite também podem ajudar a reduzir a ingestão excessiva de bebidas alcoólicas. A naltrexona, por exemplo, é usada tanto no tratamento do transtorno por uso de álcool quanto para o controle ponderal, muitas vezes em combinação com a bupropiona. Em pacientes com recuperação de peso e transtorno por uso de álcool, o uso da naltrexona em monoterapia pode ser uma opção terapêutica razoável, embora a perda de peso nesse caso não seja tão significativa.

Nesses indivíduos, a associação de bupropiona + naltrexona provavelmente levaria a uma perda ponderal mais intensa, sendo que estudos clínicos mostraram que a redução média de peso após o tratamento com essa combinação gira em torno de 6%. Um alerta sobre a bupropiona: o paciente deve ser questionado quanto à história de crises convulsivas, pois indivíduos com transtorno por uso de álcool apresentam aumento do risco de convulsões na fase de abstinência e a bupropiona pode aumentar ainda mais a chance de ocorrerem esses episódios.

Leia a matéria na íntegra no site do Medscape

‘‘O homem de muitos amigos deve mostrar-se amigável, mas há um amigo mais chegado do que um irmão.’’ Provérbios 18:24 (para entender, clique aqui, assista ao vídeo e se surpreenda)

⚠️ Receba as Notícias Farmacêuticas pelo Whatsapp:
https://chat.whatsapp.com/JKikzwl9two9aXGuUSu62q
⚠️ Receba as Notícias Farmacêuticas pelo Telegram:
https://t.me/noticiasfarmaceuticasbrasil
⚠️ Curta nossa página no Facebook:
https://www.facebook.com/NoticiasFarmaceuticas

Esta entrada foi publicada em Notícias. ligação permanente.

Deixe um comentário