Quando menos é mais: o desafio de um paradigma desatualizado na dose de medicamentos para o câncer de mama

Apesar de décadas de progresso no tratamento oncológico, a escolha da dose permanece estagnada, e os pacientes provavelmente estão evoluindo com efeitos colaterais desnecessários, de acordo com os autores de uma análise recente com base em questionários. As recomendações de dosagem nas bulas normalmente se baseiam na dose máxima tolerada nos estudos de fase 1, um resquício de quando a quimioterapia era praticamente a única opção fornecida pelos oncologistas aos pacientes.

Os especialistas questionam agora a estratégia “quanto mais, melhor” para a quimioterapia, bem como para as imunoterapias e terapias direcionadas, em que doses mais baixas e menos tóxicas frequentemente funcionam tão bem quanto doses mais elevadas. Entretanto, com a dose máxima tolerada ainda em vigor, muitos pacientes recebem esta alta dose de fármaco quando iniciam o tratamento, podendo apresentar efeitos colaterais significativos. A análise com base em questionário, publicada no periódico Journal of Clinical Oncology, corrobora essa perspectiva.

A pesquisa, que questionou pacientes com câncer de mama metastático sobre as toxicidades associadas à dose máxima tolerada, constatou que quase 90% das entrevistadas relataram pelo menos um efeito colateral significativo relacionado ao tratamento. Ao todo, 1.221 pacientes completaram o questionário de 27 questões, criado pela Patient-Centered Dosing Initiative (PCDI), um grupo de defesa dos pacientes lançado em 2019 para aprimorar o tratamento do câncer de mama metastático. A pesquisa teve como objetivo avaliar a prevalência e a gravidade dos efeitos colaterais relacionados ao tratamento, a comunicação entre pacientes e médicos sobre esse tema, as percepções sobre a eficácia de doses mais altas versus mais baixas e a disposição para discutir diferentes estratégias em relação à dose.

As pacientes foram convidadas a responder à pesquisa nas redes sociais. A maioria estava na menopausa e quase metade havia sido diagnosticada nos últimos dois anos. Os tratamentos contemplavam quimioterapia, terapia direcionada e terapia endócrina, bem como radioterapia, cirurgia e imunoterapia. Ao todo, cerca de 86% das pacientes (1.051 de 1.221) relataram pelo menos um efeito colateral significativo relacionado ao tratamento. Entre elas, mais de 20% foram ao pronto-socorro ou hospital em decorrência dos eventos adversos e 43,2% faltaram a pelo menos uma sessão do tratamento oncológico. Os efeitos colaterais mais comuns foram fadiga, náusea, pancitopenia, diarreia e neuropatia.

Leia a matéria na íntegra no site do Medscape

‘‘É necessário que ele cresça e que eu diminua.’’ João 3:30 (para entender, clique aqui, assista ao vídeo e se surpreenda)

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