Canabinoides podem ser fatais para idosos com DPOC

Achados de um grande estudo indicam aumento de 64% das mortes por todas as causas entre idosos com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) que começaram a usar canabinoides sintéticos, em comparação com aqueles que não usam essas substâncias.

Os canabinoides sintéticos, como nabilona dronabinol, foram aprovados pela Food and Drug Administration (FDA) norte-americana para tratar náuseas e vômitos causados pela quimioterapia. Mas seu uso por adultos com DPOC para outras indicações que não constam na bula, como para ajudar a controlar a dor musculoesquelética crônica, insônia e dispneia refratária está em ascensão, escreveram o Dr. Nicholas T. Vozoris, médico da University of Toronto, no Canadá, e colaboradores.

Os canabinoides podem na verdade contribuir para um mau prognóstico respiratório entre os pacientes com DPOC por meio de vários mecanismos possíveis, como sedação, indução de ansiedade e por causar o enfraquecimento da musculatura respiratória, disseram os pesquisadores. “Os possíveis efeitos colaterais respiratórios dos canabinoides podem ocorrer com maior probabilidade entre os idosos (população na qual a DPOC é mais prevalente), pois esse grupo é conhecido por ter menor eficiência na metabolização de substâncias químicas”, observaram os autores.

Em um estudo de coorte retrospectivo populacional publicado no periódico Thorax , os pesquisadores identificaram 185.876 adultos com 66 anos de idade ou mais e quadro de DPOC utilizando informações administrativas de um banco de dados de saúde de 2006 a 2016. Novos usuários de canabinoides (aqueles que estavam iniciando o uso de nabilona ou dronabinol) foram pareados a um grupo de controle que não usava essas substâncias (definidos como novos usuários de medicamentos não canabinoides). Os pacientes fazendo tratamento paliativo ou com diagnóstico de câncer ou HIV foram excluídos por se tratar de situações nas quais canabinoides sintéticos podem ser prescritos para náuseas ou vômitos, e estes pacientes têm maior probabilidade de estarem em piores condições de saúde.

Em geral, o número de mortes por todas as causas foi significativamente mais alto entre os novos usuários de canabinoides em comparação com os que não usaram essas substâncias (razão de risco ou hazard ratio, HR, de 1,64). Os efeitos foram mais expressivos entre os pacientes que usaram altas doses.

O Dr. Daniel R. Ouellette, professor-associado de medicina na Wayne State University e médico sênior do Henry Ford Hospital, ambos nos Estados Unidos, comentou que este é um estudo com valor clínico. “Muitos estados dos EUA estão liberando o uso de canabinoides, e é importante conhecer os efeitos desse tipo de substância nos pacientes com doença respiratória crônica”, observou Dr. Daniel. “O estudo é um pouco surpreendente. Embora fosse possível antever consequências adversas nos pacientes com DPOC que inalam a fumaça de canabinoides, é de certa forma inesperado que o uso oral esteja associado a consequências adversas.”

O médico acrescentou que “a dor nos idosos é um problema complexo. Os canabinoides são recomendados com frequência para o tratamento ambulatorial da dor em geral, mas a dor em si não é um sintoma primário por problemas respiratórios para a maioria dos pacientes com DPOC. Os médicos que tratam de pacientes com DPOC devem diagnosticar a causa da dor e fazer o tratamento adequado”.

Fonte: Medscape

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