Novo estudo sugere que uso de um aplicativo on-line para determinar a elegibilidade e o acesso a uma estatina sem prescrição médica pode aumentar o número de pacientes da prevenção primária que tomam esses medicamentos; como consequência, a expansão desse uso pode levar à redução de eventos cardíacos graves. No estudo TACTiC, o uso do aplicativo foi bem-sucedido na identificação de pacientes elegíveis e resultou em uma redução média de 35% da lipoproteína de baixa densidade do colesterol (LDL) após seis meses de tratamento com rosuvastatina 5 mg.
“Menos da metade das pessoas com indicação de tomar estatinas para a prevenção primária das doenças cardiovasculares não está recebendo esses medicamentos”, informou o Dr. Steven Nissen, médico e pesquisador responsável pelo estudo TACTiC. “Demonstramos que essa técnica pode permitir que as pessoas façam sua própria avaliação quanto à indicação de uso de estatinas, fazendo com que as pessoas certas tomem os medicamentos, ao mesmo tempo que evita o acesso por aqueles que não precisam ou não devem tomar estatinas”, disse o médico.
“Estou extremamente preocupado com o fato de que temos uma classe de medicamentos que salvam vidas e que não estão sendo usados por metade da população que poderia se beneficiar deles”, concluiu o Dr. Steven. “Isso está comprometendo a prevenção primária. Em geral, estamos conseguindo tratar nossos pacientes de prevenção secundária, mas o mesmo não acontece na prevenção primária. Nossa esperança é que, se [o uso do aplicativo] for aprovado pela agência reguladora, isso permitirá que alguns desses pacientes sejam tratados.”
O estudo foi apresentado em 08 de abril na sessão científica anual do American College of Cardiology (ACC 2024), realizado nos Estados Unidos. Foi também simultaneamente publicado on-line no periódico Journal of the American College of Cardiology. Na sua apresentação, o Dr. Steven, chefe do Heart, Vascular, and Thoracic Institute na Cleveland Clinic, nos EUA, observou que a Food and Drug Administration (FDA) não permitiu a venda das estatinas sem prescrição médica pelo receio do uso por pessoas para as quais esses fármacos não estariam indicados ou poderiam não ser seguros.
O objetivo do estudo em tela foi avaliar se o uso do aplicativo poderia identificar as pessoas com indicação de acesso a estatinas de venda livre. O aplicativo testado foi criado segundo as orientações da FDA e calcula a pontuação de risco de doença cardiovascular em 10 anos e a indicação de uso de estatinas a partir de informações individuais sobre colesterol, pressão arterial, uso de medicamentos concomitantes e história de cardiopatia.
Leia a matéria na íntegra no site do Medscape
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Farmacêutico Márcio Antoniassi 