Resultados promissores para o uso da psilocibina no tratamento de transtorno depressivo

Quando comparada ao placebo ou a substâncias não psicodélicas, a psilocibina teve eficácia significativamente maior no tratamento de indivíduos com transtorno depressivo secundário, especialmente entre os que faziam uso prévio de psicodélicos e pacientes mais velhos. Os achados são de uma revisão sistemática e metanálise publicada recentemente no periódico British Medical Journal (BMJ). [1]

A psilocibina é uma triptamina não endógena presente em cogumelos do gênero Psilocybe, que, metabolizada em psilocina, se conecta aos receptores serotoninérgico 2A e tirosina quinase do tipo neurotrófico, com eficaz efeito no alívio dos sintomas depressivos, o que vem sendo corroborado por várias pesquisas. “A psilocibina não apresenta psicoatividade, mas sim o seu metabólito psilocina, em quem apostamos estarem os potenciais efeitos terapêuticos”, afirma em entrevista ao Medscape o Dr. Marcelo Falchi, diretor médico clínico do no Centro Avançado de Medicina Psicodélica (CAMP) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) em entrevista ao Medscape.

A revisão sistemática foi conduzida utilizando-se cinco importantes bancos de dados eletrônicos. As nove metanálises selecionadas por atenderam aos critérios de elegibilidade incluíram 436 participantes (228 do sexo feminino), com idade entre 36 e 60 anos. Sete dos estudos avaliados demonstraram benefício da psilocibina, avaliado pelo tamanho de efeito de g de Hedges (g = 1,64; intervalo de confiança [IC] de 95%, de 0,55 a 2,73; p < 0,001) na mudança dos escores de transtorno depressivo versus o tratamento comparador. [1]

Na opinião do Dr. Marcelo, este trabalho contribui significativamente para o uso de substâncias psicodélicas no tratamento do transtorno depressivo, a começar pela sistematização das evidências experimentais. “Os achados validam ainda mais o potencial dos psicodélicos como uma classe terapêutica promissora para tratar o transtorno depressivo. Podemos estar à beira de uma nova era em psicofarmacologia, na qual substâncias psicodélicas são reconhecidas não apenas por seu valor cultural ou espiritual, mas científico e terapêutico”, diz.

Limitações – Embora o estudo apresente importantes contribuições para a compreensão do tratamento do transtorno depressivo com substâncias psicodélicas, ele tem limitações significativas. Existe, por exemplo, uma variabilidade metodológica e de resultados considerável entre os estudos analisados, o que pode impactar a generalização dos resultados. Além disso, a falta de acompanhamento em longo prazo limita a compreensão sobre a durabilidade dos efeitos antidepressivos da psilocibina.

Outro ponto crítico é a falta de diversidade entre os participantes. Além disso, o cegamento nos estudos com psicodélicos é um grande desafio, pois os efeitos marcantes dos psicodélicos — como modificações na consciência — tornam extremamente difícil o uso de um placebo indistinguível da intervenção. “É um problema reconhecido e discutido amplamente neste campo, mas ainda não tem uma solução definitiva”, pontua o Dr. Marcelo. “Esse viés pode influenciar significativamente os resultados dos estudos, pois os participantes que percebem que receberam a substância ativa podem ter expectativas que influenciam suas respostas ao tratamento.”

Leia a matéria na íntegra no site do Medscape

‘‘Porém a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será firme para sempre.’’ 2 Samuel 7:16 (para entender, clique aqui, assista ao vídeo e se surpreenda)

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